segunda-feira, 20 de junho de 2011

Entrevista: Silvio de Abreu

“Passione” terminou no início do ano com índices de audiência altíssimos em suas últimas semanas. As histórias de Totó, Fred e Clara caíram na boca do boco. Mérito total do autor Silvio de Abreu que sabe engendrar uma história policial, cheia de suspense, romance e reviravoltas como ninguém. Gentilmente, como sempre, nos concedeu uma entrevista onde fala de sua carreira como autor, das novelas que escreveu e dos personagens que criou. Vale a pena ler diversas vezes!


Suas primeiras incursões na televisão foram como ator, trabalhando em novelas como “Os estranhos” e “A próxima atração”. Quais as melhores (e piores) lembranças que você guarda desta época?
A melhor foi conhecer e contracenar com atores como Sergio Cardoso, Cacilda Becker, Cleyde Yáconis, Fernanda Montenegro, Natalia Timberg, Glória Menezes, Tarcisio Meira, Francisco Cuoco e tantos outros. A pior foi o trabalho em si, porque eu não tinha o menor talento para a profissão.

Sua primeira novela foi “Éramos seis”, escrita em 1977 na Tupi com Rubens Ewald Filho. Na época, a concorrência entre Tupi e Globo andava bem acirrada e a emissora carioca exibia no mesmo horário de “Éramos seis” a novela “Locomotivas”, um arrasa-quarteirão de Cassiano Gabus Mendes. Como foi esta primeira experiência? Para você, qual foi a repercussão da novela? No remake produzido pelo SBT, você teve alguma participação no texto?
Quando pegamos o horário das sete na Tupi, a audiência era de 4 pontos, contra As Locomotivas de Cassiano Gabus Mendes, na Globo. Mas Éramos Seis agradou muito ao público então a Tupi fez uma estratégia inédita na época, esperava acabar a novela da Globo e colocava Éramos Seis logo em seguida. Publicou até grandes anúncios nos jornais onde dizia: A rede Tupi atrasou Éramos Seis para que vocês não percam As Locomotivas. O resultado foi excelente, quando Éramos Seis saiu do ar tinha 25 pontos de audiência. O texto do remake era o mesmo escrito para a primeira versão, as mudanças foram mínimas.

Sua estréia na Globo foi altamente conturbada. “Pecado rasgado” foi uma novela sem grande repercussão por parte do público e, na época, os jornais ventilaram brigas entre você e o diretor da trama, Regis Cardoso. Como sobreviver a uma crise como esta?
Com coragem e determinação. Foi um período muito difícil e desagradável. É quase impossível fazer uma novela acontecer quando a direção não entende o texto e o espírito do autor. Foi um grande desencontro, que resultou em um pedido de demissão da minha parte.

Você trabalhou com grandes novelas da teledramaturgia nacional. Em “Plumas & paetés” e “Sétimo sentido”, você substituiu os autores Cassiano Gabus Mendes e Janete Clair, respectivamente. Como surgiram estas oportunidades, de que modo você se organizou para tais trabalhos e que experiências resultaram disso?
Eu havia pedido demissão da Globo e voltado a escrever e dirigir para o cinema. Estava terminando Mulher Objeto, meu quinto filme, quando fui procurado porque Cassiano Gabus Mendes sofrera um enfarto e me indicara para continuar Plumas & Paetês. Embora estivesse resolvido a não mais fazer novelas, não pude recusar dada a importância da indicação e o respeito que sempre dediquei a ele, apesar de ainda não conhecê-lo pessoalmente. Este trabalho foi o responsável por avivar a minha vontade de escrever novelas. Foi por causa dele que Janete Clair, a quem eu também não conhecia pessoalmente, me indicou para escrever As Quatro Marquesas, que resultou em Jogo da Vida, meu primeiro sucesso na Globo. Quando escrevia Sétimo Sentido, Janete foi diagnosticada com um câncer no intestino e me pediu ajuda. Embora muito doente e operada, ela jamais deixou de escrever a novela, nós fazíamos os capítulos alternadamente. Aprendi muito com a nossa grande dama das novelas e ainda tive o prazer de conviver com uma das mulheres mais generosas e inteligentes que conheci.

Quais são as influências do cinema e da literatura (autores, obras, personagens) em suas obras?
Na literatura: Dashiell Hammett; Agatha Chistie, James M. Cain, John Steinbeck; Raymond Chandler, Patrícia Highsmith, Fiedor Dostoiewsky, Aluizio de Azevedo, Érico Veríssimo; no teatro: Nelson Rodrigues, Abílio Pereira de Almeida; Arthur Miller, Tennesse Williams, Eugene O’ Neil, Bertold Brecht, Anton Tchekhov; no cinema: Billy Wilder, Federico Fellini, Woody Allen, Pedro Almodóvar, Cesare Zavattini e , claro, Alfred Hitchcock, que não escrevia mas sabia muito bem como um script deveria ser feito.

“Torre de Babel” foi uma novela muito polêmica. Você tratava de temas que incomodaram o público e teve que modificar algumas dessas tramas. O que foi que mudou da sinopse original da novela?
Quase nada foi modificado da sinopse original. O fato de eu não ter feito personagens maniqueístas deixou o público confuso, por isso resolvi mostrá-los melhor aos telespectadores, antes da explosão do shopping, que marcava o inicio do segundo ato da novela. É falsa a idéia de que aproveitei essa explosão para eliminar os personagens que o público não gostava e mais falsa ainda a idéia de que a explosão foi inventada para aumentar a audiência da novela, mas já falei muito disso em inúmeras entrevistas, chega.

Conte um pouco o processo de criação de “As Filhas da Mãe”. É verdade que você escalou primeiro o elenco todo para depois criar os personagens?
A Incrível Batalha das Filhas da Mãe no Jardim do Éden, como o título já demonstrava, era uma novela inusitada em todos os sentidos. Os personagens foram criados para aproveitar os excelentes atores-comediantes, que estavam contratados sem serem devidamente utilizados pela programação. Criei cada personagem baseado nas características de cada um deles e quando não pude contar com todos os propostos, aconteceu um desequilíbrio na escalação, que prejudicou a unidade e o resultado geral do trabalho.

Escrever um personagem para um determinado ator e depois ele não poder fazer a novela não é um risco muito grande?
É um risco enorme, por isso sempre que acontece, adapto o personagem ao ator que vai criá-lo junto comigo. Televisão não é como teatro, quando o ator tem meses de ensaio para elaborar um personagem que fica duas horas em cena, nem como cinema, quando o diretor tem tempo de burilar a interpretação de um ator. Em uma novela de duzentos e tantos capítulos, tendo que decorar mais de 50 cenas por semana, quanto mais perto do interprete for o personagem, melhor o resultado.

Como teria sido a personagem Ana de “A Próxima Vítima” se tivesse sido feita pela Regina Duarte, conforme previsto inicialmente? E a Romana que seria feita por Fernanda Montenegro? Você mudou um pouco o perfil dessas personagens por conta da mudança de escalação?
Regina e Suzana não são atrizes muito diferentes. Ambas são talentosas, bonitas, carismáticas, têm um temperamento romântico, são formadas pela televisão e protagonizaram muitas mocinhas e também muitas mulheres de temperamento forte. Foi uma transição calma e de excelente resultado. A Romana de Fernanda Montenegro seria mais velha do que a de Rosamaria Murtinho, mais enérgica e menos romântica, mas no quesito talento, nos dois casos era compatível.

Ainda sobre “A Próxima Vítima”, desde o primeiro momento, na sinopse original, o serial killer seria mesmo o Adalberto (Cecil Thiré) ou você tinha algumas cartas na manga?
Não tinha nenhuma carta na manga, por isso era imprescindível guardar o segredo. O meu maior trabalho em A Próxima Vitima não foi escrever a novela, foi despistar a imprensa. Para o final alternativo mostrado em Portugal e no Vale a Pena Ver de Novo, tive que suprir muitas informações de inúmeros capítulos, mas não é o meu final preferido, gosto da história original.

Na época de “Belíssima”, você declarou que estava abismado com a inversão de valores do brasileiro. Os telespectadores torciam muito pelo personagem André (Marcello Anthony), um mau-caráter. Poucos anos depois, como você avalia a reação do público neste caso? Em “Passione”, houve casos semelhantes?
A reação do público continua a mesma. Hoje em dia o que faz o público se apaixonar por um personagem é a sua determinação em conseguir os seus objetivos, seja por que métodos forem. Infelizmente, a crença vigente é que o fim justifica os meios, não importando o caráter.

Meses após o término de “Passione”, tem alguma coisa que você faria diferente nessa novela? Teve que mudar algum rumo de personagem ou tudo ocorreu conforme o previsto inicialmente?
Adorei ter escrito Passione. Foi das novelas mais prazerosas que tive a felicidade de fazer. O elenco era impecável, a direção talentosíssima, a produção esmerada e tudo transcorreu numa incrível paz durante os 209 dias em que a novela esteve no ar. Todos os envolvidos ficaram super satisfeitos e recompensados com o trabalho e conseguimos altíssimos índices de audiência em uma época super difícil como Natal, Ano Novo e início do Ano. Era mais do que delicioso andar pela rua e ser abordado pelo publico que agradecia o bom entretenimento que estava recebendo diariamente em suas casas. Não tive que mudar nada de significativo do que estava planejado para a novela, tudo o que foi previsto foi executado com muito esmero e talento.

Em “Passione”, a imprensa deu muito trabalho, pois acabou divulgando algumas das surpresas que você reservou para a trama (como a volta de Totó, interpretado por Tony Ramos). Como lidar com a imprensa, importante para a divulgação da telenovela, mas também sabotadora?
Não existe novela de sucesso sem a imprensa registrar e acompanhar o trabalho. Tudo o que acontece durante uma novela é importante que seja divulgado para o bem da própria novela. Porém, atualmente, a imprensa “dita” especializada não está interessada em divulgar a história, mas sim em criar fatos e acontecimentos retumbantes. Já é uma norma ler nas revistas especializadas manchetes absolutamente mentirosas e desrespeitosas com o trabalho e, principalmente, com o público. São puras invenções, sem a menor base de verdade. Mas isso é um sinal do nosso tempo, onde ética, respeito e honestidade, formam um trio de palavras sem muito significado hoje em dia.

Carolina Dieckmann foi execrada pela mídia e ainda disseram que Diana morreu por conta das críticas que a atriz sofreu. A que você atribui essa rejeição? E como você vê esse tipo de comportamento da mídia?
Acho nocivo e desrespeitoso. Carolina Dieckman fez um excelente trabalho em Passione. A rejeição, se houve, foi ao personagem que trocou um amor pelo outro e nesse caso a culpa é minha e não dela.

Ao longo das décadas de 1990 e 2000 você passou a supervisionar trabalhos de novos novelistas, como Maria Adelaide Amaral e João Emanuel Carneiro. De que forma você trabalha com estes novos autores na televisão? Você acredita que esta prática consegue suprir a necessidade da TV de novos autores, temáticas e linguagens?
Acho que é uma maneira eficiente de descobrir e estimular novos autores. O importante é respeitar a idéia e o estilo deles, sem querer que sejam cópias minhas. Desde que faço este trabalho tenho revelado excelentes profissionais como Carlos Lombardi, Beth Jhin, Andréia Maltaroli e os que você citou. Não ensinei nenhum deles a escrever, simplesmente estimulei o talento que já lhes pertencia. Para escrever uma novela é necessário, além de talento e vocação, a capacidade de raciocinar a história como uma trama especificamente para novela. Escrever uma novela é completamente diferente de se escrever um livro, um roteiro, uma peça de teatro, uma sitcom ou um seriado. É um trabalho muito complicado, altamente especializado, que vai além do talento de juntar as palavras certas para contar uma história.

Como é sua rotina de trabalho quando está com uma novela no ar? E como é feita a divisão de trabalho com seus colaboradores?
Levanto ás 6:30 ou 7:00 horas, tomo café, sento no computador, paro para almoçar, volto a escrever, paro para assistir o capítulo do dia, volto a escrever e só saio do computador com o capítulo terminado. Cada capítulo é diferente, embora tenha o mesmo número de páginas. Alguns saem em 10 horas outros em 15, nunca se sabe. Escrevo sempre a sinopse e os 24 ou 30 primeiros capítulos absolutamente sozinho. Depois desenvolvo o andamento da história cena a cena, meus colaboradores fazem os diálogos e faço a revisão geral, acrescentando ou retirando o que me parecer necessário em cada cena.

Você assiste novelas? Quais novelas te marcaram? Quais tem assistido ou dado pelo menos uma olhada atualmente?
Assisto e gosto, aliás sempre gostei, mesmo quando não escrevia. Vale Tudo, Que Rei Sou Eu, Mulheres de Areia, Escalada, Pecado Capital, O Bem Amado, Nino, o italianinho, A Outra Face de Anita, só para citar algumas. Atualmente vejo sempre que posso Cordel Encantado e Morde & Assopra e mais regularmente Insensato Coração.

Dentre os seus trabalhos, qual a novela que você mais gosta? E quais personagens você tem orgulho de ter criado?
Não sei responder essa pergunta. Gosto de quase tudo o que fiz e tenho um imenso orgulho de ter criado personagens que contribuíram para revelar ou avançar a carreira de inúmeros e talentosos atores.

Você já escreveu alguns dos espetáculos musicais de Claudia Raia (“Não fuja da Raia”, “Nas Raias da loucura” e “Caia na Raia”) e uma peça de teatro (“Capital estrangeiro”). Como foi a experiência? Tem vontade de escrever novamente para o teatro?
Como experiência foi ótimo. Os três shows e a peça foram sucesso. Às vezes penso em escrever para o teatro, como também penso em voltar a escrever e dirigir para o cinema, mas confesso que tenho um enorme prazer em trabalhar em televisão, principalmente em novelas, e como é um oficio muito absorvente, não sobra tempo para outras atividades.

Depois de quase quarenta anos como autor de telenovelas, o que você aconselharia a um jovem autor que está iniciando sua carreira? Quais referências e formação ele deve buscar?
Em primeiro lugar deve gostar realmente do oficio e não ficar buscando o sucesso ou o prestigio que possa eventualmente vir a conseguir. Sucesso e prestígio são o resultado de muito trabalho e dedicação, não caem do céu e nem sempre são conseguidos mesmo por autores talentosos e dedicados. Não existe bula. O que vale é o trabalho em si, esta é a única recompensa certa. O mais importante, para quem tem certeza de que quer abraçar esta empreitada, é acreditar em si, não esmorecer, se preparar e estar apto quando a primeira oportunidade chegar. Antigamente tínhamos na Globo um grupo que lia trabalhos enviados por pessoas interessadas em escrever. Isto acabou pelo excesso de processos absurdos e desonestos que a emissora e os autores foram obrigados a responder. Eu mesmo fui processado várias vezes por pessoas que diziam estarem sendo plagiadas. Vencemos todos os processos, mas o desgaste foi enorme e por causa desses aproveitadores hoje, pelo menos na Globo, não tem como um trabalho de alguém desconhecido ser apreciado. O único conselho que posso dar é que tentem outras mídias e quando conseguirem aparecer tentem a novela, ou esperem a abertura dos cursos que periodicamente a Globo faz para novos autores e tentem uma vaga.

Uma de suas marcas é a cidade de São Paulo sempre presente em suas novelas. Mas, depois de trinta anos, ainda é possível representar a cidade de formas novas ou interessantes?
São Paulo é uma imensa cidade que se renova sempre. Novos lugares, novas paisagens, novas tribos. É sempre possível achar novidades interessantes numa cidade cosmopolita como a nossa.

Há muitos anos, especialistas, críticos, estudiosos e fifis se debatem por causa de uma suposta crise de audiência da televisão (que, obviamente, também atingiria a telenovela). Qual é a sua análise sobre o assunto? Esta crise existe? Para você, quais são os fatores que a originariam? É um assunto relevante ou é apenas do interesse dos executivos de TV e anunciantes?
Quando comecei a trabalhar em novela, ainda como ator, em 1967, já diziam que a novela estava em crise e que iria acabar. Em 1977, quando comecei a escrever novelas, a conversa era a mesma. Escrevo novelas há exatos 34 anos e agora o assunto voltou à baila. Digam o que disseram a novela ainda é o produto de maior audiência da televisão brasileira e um firme alicerce para qualquer emissora que consiga uma trama de sucesso. É o único programa que garante uma audiência cativa por 6 dias da semana e impulsiona um enorme mercado de trabalho para atores, diretores, autores, produtores, técnicos, sem contar as inúmeras publicações que vivem dela. O que caiu de audiência, não foi a novela, foi a televisão como um todo. Belíssima era uma novela que registrava 45/50 pontos de audiência diariamente e os números de Passione eram 35/40, porém ambas davam em média 65% de share, que é o número calculado levando em conta os aparelhos ligados. Além disso, o blog de Passione tinha mais de dois milhões de acessos diários, fora os acessos para assistirem aos capítulos no You Tube. Não sei como é possível se falar em crise de um produto diante desses resultados.

Em uma entrevista para a TV Cultura, na época da estréia de Belíssima, você disse que a TV é feita para vender, ou seja, a cada quinze minutos, a telenovela é interrompida para se anunciar sabão em pó, massa de tomate, etc. Você acredita que é possível encontrar um coeficiente entre arte e comércio?
Claro que sim, a novela e as minisséries estão aí para provar isto. O grande sucesso da novela brasileira aqui e no mundo é justamente por causa de seu teor artístico. Diferente das novelas americanas, mexicanas ou venezuelanas que mantém sempre o mesmo tipo de trama e de história, cada um dos nossos principais autores escreve dentro de um estilo próprio, com universos originais e personagens diferenciados.

Em “Guerra dos sexos”, Paulo Autran teve com Otávio um dos personagens mais marcantes em sua careira. Repetida a dobradinha em “Sassaricando”, o ator teria reclamado na época e, encerrada as gravações, nunca mais participou de uma telenovela. Houve de fato este problema? Como trabalhar com atores excelentes, mas com egos nem sempre maleáveis?
Paulo Autran sempre fez questão de desprezar a televisão em favor do teatro, mas isso nunca diminuiu o seu talento ou a importância de suas atuações em novelas. Sempre tive um grande sentimento de gratidão a ele, à Fernanda Montenegro, à Gloria Menezes e a Tarcisio Meira, que apostaram em uma empreitada arriscada como foi a novela Guerra dos Sexos. Em Sassaricando, Paulo Autran estava em um momento delicado de sua vida pessoal e talvez isso tenha sido o motivo de seu desencanto. Tenho trabalhado sempre com atores excelentes e famosos e raramente tive problemas de ego.

O remake de “Guerra dos Sexos” vai realmente sair do papel? Você vai escrevê-la ou vai supervisioná-la?
Vou reescreve-la, a novela é excelente, mas de 1983 para cá a guerra entre homens e mulheres mudou muito e a novela não pode ficar defasada.

Como você define o estilo autoral de Sílvio de Abreu?
Entretenimento é a palavra. Faço novela para divertir, emocionar, entreter as pessoas, para que elas tenham um produto de qualidade, diariamente, em suas casas. Se além disso ainda conseguir colocar algum questionamento em suas cabeças, alguma idéia ou conceito, já vou me sentir mais do que recompensado.

O que achou do blog? Tem algum recado para nossos leitores?
Acho o blog excelente. Atualmente não existe nem na internet, nem nos jornais, salvo raras e bem vindas exceções, quem faça crítica consciente de televisão. O que temos, na grande maioria, são colunistas de fofocas que se dão ao direito, por terem espaço nos jornais e nas revistas, de emitirem opiniões pessoais, como também fazem os internautas. Parece que, diferente de quem abalizadamente critica cinema, teatro ou literatura, quem fala sobre televisão não entende do assunto e ainda tem o prazer mórbido em desmerecer o trabalho dos profissionais. Muitas vezes criticam baseados no lêem nas colunas dos colegas, sem checarem a veracidade da informação, aumentando os boatos. A impressão que se tem é de que não assistem às novelas, se baseiam nos resumos publicados e nas fofocas. É uma tremenda falta de respeito. Para se fazer uma crítica, é necessário um profundo conhecimento e entendimento do que se critica e não, simplesmente, emitir opiniões vazias e dar palpites, na maioria das vezes, tentando recompensar informantes das colunas ou penalizar quem não concorda com essa prática. Parabéns pela competência, honestidade e isenção com que o blog está sendo levado. 
(por Beatriz Villar)

Nenhum comentário:

Postar um comentário