sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Um grande vilão

Numa semana em que tanto se falou sobre construção dos vilões das telenovelas e suas motivações, vale a pena citarmos o melhor vilão das últimas novelas: Timóteo Cabral (Bruno Gagliasso), de “Cordel Encantado”.

Timóteo começou como um garoto mimado, rico, que disputava a atenção de Açucena (Bianca Bin) com o peão da fazenda de seu pai, Jesuíno (Cauã Reymond). Aos poucos, a obsessão pela garota só foi aumentando. Para conquistá-la, ele passa a acreditar que precisa se tornar poderoso, ser muito mais do que um coronel. E o personagem deixa de ser apenas o vilão de um triângulo amoroso para ser o vilão de uma novela inteira, contra toda uma cidade.


Timóteo virou rei, um tirano que cria suas próprias leis e inferniza a vida de todos os cidadãos de Brogodó: cobra impostos altíssimos de todos os estabelecimentos comerciais, exige divisão dos lucros, invade as casas a hora que bem entender, se dá ao direito de palpitar na vestimenta da população, colocou o Rei Augusto (Carmo Della Vecchia) e Petrus (Felipe Camargo) para realizar trabalho escravo em sua fazenda, entre outras atrocidades.

Vilões que movem todas as tramas e agem sobre quase todos os personagens são muito difíceis. Eram comuns nas novelas de antigamente, talvez por conta do pequeno número de personagens, quando a ação era mais concentrada. No caso de “Cordel Encantado”, aproveitando uma pequena cidade fictícia do sertão, cuja população se conhece e se relaciona, e ainda se aproveitando da presença de reis, rainhas, duques e afins na trama, a oportunidade surgiu.

Timóteo se tornou um daqueles vilões odiosos e odiados. Foi entrando na história aos poucos e centralizando todas as ações. Vontade de entrar na televisão e dar um “chega pra lá” no coronelzinho tirano não falta! Vilão como poucos. Mérito da belíssima atuação de Bruno Gagliasso e das autoras Thelma Guedes e Duca Rachid. “Cordel Encantado” é um acerto em tudo!

Um comentário:

  1. Excelente post, de fato, um grande vilão interpretado por grande ator, mas as seguidas escalações do Bruno, também como a do Cauã, prejudicam a composição dos personagens... o atores acabam se repetindo. Parabéns pelo espaço hiper conceituado, André.

    Isaac Abda!

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